Corredor da morte japonês provoca insanidade, diz Anistia


Segundo a ONG, prisioneiros vivem em condições 'extremamente crueis'
Prisioneiros que aguardam execução no chamado "corredor da morte" japonês são levados à insanidade pelas duras condições da prisão, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira
pelo grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.
A AI, que pede suspensão imediata de todas as execuções planejadas, afirma que os prisioneiros vivem em regime de semi-isolamento e pede mudanças nos métodos de interrogatórios da polícia.
Ao todo, 102 prisioneiros aguardam execução no Japão, muitos deles idosos.
Os padrões internacionais de direitos humanos proíbem a imposição da pena de morte a pessoas com problemas mentais.
No Japão, a taxa de condenação em julgamentos por crimes é de 99%, e a pena de morte conta com amplo apoio do público.
“Em vez de insistir no vergonhoso sistema de pena capital, o novo governo japonês deveria conceder uma moratória imediata a todas as execuções”, disse a diretora, Kate Allen.
‘Absoluta não existência’
Segundo Allen, o sistema do "corredor da morte" japonês é um “regime de silêncio, isolamento e absoluta não-existência”.
Ela afirma que a prática japonesa de informar os prisioneiros sobre a execução apenas algumas horas antes é “extremamente cruel”.
De acordo com o relatório – que segundo os pesquisadores foi difícil de ser compilado por causa do sigilo do sistema judicial – as condições enfrentadas por muitos dos prisioneiros estão lhes provocando problemas mentais.
Segundo a Anistia, os prisioneiros do corredor da morte não estão autorizados a falar com os outros prisioneiros e são mantidos em isolamento.
Além de duas ou três sessões de exercício por semana, eles não podem, sequer, se mover nas celas, sendo obrigados a permanecer sentados, afirma o relatório.
Segundo o código de conduta criminal do Japão, se uma pessoa condenada à morte chegar ao estado de insanidade, sua execução deve ser adiada pelo ministro da Justiça.
Mas, diz a Anistia, a execução de prisioneiros que demonstram sinais de doenças mentais – causadas pelas condições extremas de sua prisão – continua.
Trinta e dois homens foram executados entre janeiro de 2006 e janeiro de 2009, diz a AI – entre eles 17 acima dos 60 anos. Cinco desse grupo já estavam na faixa dos 70 anos, fazendo deles alguns dos prisioneiros executados mais velhos do mundo.
Postado por: Geovana Barreto

0 comentários:


Objetivo

O Jus Oriente tem por escopo tratar sob um foco jurídico temas que envolvam economia, religião e as relações sociais em países da Ásia e do Oriente Médio. Destarte, orientaremos os leitores, com notícias e textos encontrados ou desenvolvidos por nossos blogueiros, a terem uma visão abrangente dos assuntos que envolvem a parte Oriental de nosso Planeta e como estes afetam todo o contexto internacional.

Corpo Editorial

Camilla Gonçalves
Carola Andrade Queiroz
Davi Batista
Fernanda Maria
Geovana Barreto Bitencourt
José Everaldo de Oliveira Neto
Juliana Souza do Amaral
Luanda Mai
Thaís Azevedo Brandão
Wanderley Alexandre Veloz

Contato

dip.grupo05@gmail.com