CHINA PREPARA ENVIO DE MISSÃO COMERCIAL BILIONÁRIA AO BRASIL

Entre as 60 empresas que vêm em novembro, estão gigantes do petróleo, da comunicação e da mineração

Especialistas, no entanto, dizem que missões podem ser apenas "ofensivas de charme" com o objetivo de conquistar aliados

por RAUL JUSTE LORESDE PEQUIM


O Ministério do Comércio da China e uma agência estatal destinada a promover investimentos do país no exterior estão organizando uma missão de 60 grandes empresas chinesas ao Brasil em novembro.A missão ocorrerá simultaneamente ao encontro da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação), que reúne representantes de ministérios dos dois países, no dia 4 de novembro, segundo fontes diplomáticas e empresariais confirmaram à Folha.Entre as 60 empresas que devem mandar representantes ao Brasil, estão a petrolífera Sinopec, que assinou acordo de US$ 10 bilhões com a Petrobras; a ZTE, de telecomunicações; as empreiteiras Shandong Wanda; a Sany, de maquinaria pesada; a Sinotrans, de logística e transportes; a China South Locomotive, de trens, vagões de metrô e trilhos; e a mineradora China Metals.Boa parte da missão é formada por empresas estatais. A reunião da comissão binacional será presidida pelo vice-presidente brasileiro, José Alencar, e pelo vice-primeiro ministro chinês, Wang Qishan, que encabeça a delegação chinesa.Instalada em 2006, a comissão binacional ficou adormecida até abril deste ano, quando finalmente houve a primeira reunião para discutir economia e comércio entre as duas partes em Pequim.Com a crise em seus principais mercados (União Europeia, EUA, Japão), a China começa a dar mais atenção no momento a mercados emergentes.O Conselho Chinês para a Promoção de Investimentos Internacionais (CCIIP, sigla em inglês), que organiza a missão empresarial, não aceitou pedido de entrevista para comentar os objetivos da viagem.
Viagens de compras
É a primeira delegação dessa envergadura a visitar a América Latina. A imprensa estatal chinesa costuma chamar essas missões de "viagens de compras" pelos investimentos possíveis graças à riqueza das estatais chinesas.Apenas entre 2006 e 2008, três missões do tipo foram feitas aos Estados Unidos. A primeira, em 2006, levou representantes de 202 empresas a 14 cidades americanas. Foram anunciados US$ 16 bilhões em investimentos, da compra de 80 Boeings a um acordo tecnológico de US$ 1,7 bilhão.Em 2007, outra missão levou 208 companhias chinesas, que visitaram 25 cidades americanas. Os acordos pularam para US$ 32 bilhões.Em fevereiro deste ano, em pleno auge das más notícias da crise econômica mundial, o Ministério do Comércio chinês organizou uma missão para a Europa, que recebeu grande divulgação na China e tapete vermelho na Alemanha, Espanha, Reino Unido e Suíça, com cem empresas. Negócios de US$ 13 bilhões foram anunciados, de aviões e maquinaria até vinhos.Desde 2004, o governo chinês anuncia promessas de investimentos bilionários no Brasil, que começaram a se concretizar apenas em maio deste ano com a linha de crédito de US$ 10 bilhões da Sinopec para a Petrobras.Um projeto de uma siderúrgica da Baosteel no Brasil, de US$ 4 bilhões, foi cancelado exatamente há um ano.Especialistas dizem que muitas vezes tais missões são apenas ofensivas de charme, nos quais a promessa de investimentos já é suficiente para a China conquistar aliados pelo mundo, mesmo que eles não se concretizem depois.


Postado por: WANDERLEY ALEXANDRE REBÉS VELOZ

Fonte: Folha de São Paulo, 24 Outubro 2009

Número de mortos por ataques em Bagdá sobe para 155

BAGDÁ (Reuters) - O número de mortos após os dois ataques suicidas de domingo em Bagdá, um dos mais violentos do Iraque nos últimos anos, subiu para 155, com mais de 500 feridos, informou a polícia nesta segunda-feira.
Apesar de uma queda na violência geral no país, insurgentes, militantes e outros ainda realizam ataques suicidas com bombas e armas. Segundo observadores, esses ataques devem aumentar durante a preparação para as eleições nacionais de janeiro.
As explosões de domingo, próximas ao Ministério da Justiça e do prédio do governo regional de Bagdá, foi o mais sangrento na capital iraquiana desde meados de 2007.
Líderes mundiais condenaram o ataque e autoridades iraquianas acusaram a Al Qaeda e remanescentes do governo do antigo ditador Saddam Hussein. Políticos de oposição colocaram a culpa nas forças de segurança iraquianas.
O Iraque está tentando reconstruir sua economia e sociedade após décadas de repressão, guerras e ruína econômica. A violência é uma preocupação desde a invasão liderada pelos EUA em 2003 e o consequente conflito sectário.
Tropas norte-americanas estão deixando o país como parte de um acordo que prevê a retirada total até o fim de 2011, passando o controle das cidades para as forças iraquianas.
(Reportagem da Redação de Bagdá)
postado por: luanda mai

Mais Notícias sobre o Atentando ao Iraque


BAGDÁ - Dois carros-bomba explodiram em Bagdá no domingo, matando ao menos 132 pessoas e ferindo mais de 500. Restos de corpos e pedaços de carros espalharam-se pelas ruas da capital iraquiana em um dos atentados mais violentos do ano, disse a polícia.

A violência no Iraque havia diminuído desde que xeiques tribais apoiados pelos Estados Unidos conseguiram enfraquecer o poder de militantes da Al Qaeda e desde que Washington enviou mais tropas ao país árabe. Mas os ataques suicidas continuam comuns num país que está tentando se reconstruir após anos de conflitos, sanções e revoltas populares. As duas explosões abalaram prédios na área perto do rio Tigre e lançaram ao ar colunas de fumaça. A primeira bomba tinha como alvo o Ministério da Justiça e a segunda, que aconteceu minutos mais tarde, alvejou um edifício do governo provincial, de acordo com a polícia. O gabinete do premiê Nuri al-Maliki disse que as bombas tinham o objetivo de semear o caos no Iraque e interromper a eleição parlamentar marcada para janeiro.

"Eles querem provocar o caos na nação, minar o processo político e evitar a eleição parlamentar", disse o comunicado.

O ataque acontece no momento em que o governo iraquiano tenta assinar acordos bilionários de petróleo, que farão do Iraque o terceiro maior produtor do produto do mundo. Autoridades do governo iraquiano dizem que os ataques trazem marcas da Al Qaeda ou de remanescentes do partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein. A área ao redor do prédio do governo provincial foi inundada com água de canos rompidos, enquanto bombeiros retiravam das ruas corpos carbonizados. Carros incendiados se empilhavam perto dali. Os trabalhadores da emergência faziam buscas com guindastes pela fachada do Ministério da Justiça e retiraram corpos enrolados em cobertores.

"Não sei como ainda estou vivo. A explosão destruiu tudo. Nada está no lugar", disse o dono de uma loja que fica perto do ministério, Hamid Saadi, por telefone.

As explosões de domingo aconteceram dois meses depois dos atentados a bomba de 19 de agosto, que tinham como alvo os Ministérios das Finanças e das Relações Exteriores. Esses ataques mataram mais de 100 pessoas e deixaram centenas de feridos.

Postado por José Everaldo de Oliveira Neto e Thaís Brandão

Líderes da Ásia-Pacífico debatem um modelo de integração para a região

Hua Hin (Tailândia), 25 out (EFE).- A IV Cúpula da Ásia Oriental começou hoje na cidade tailandesa de Hua Hin com o debate de um modelo de integração que responda aos desafios econômicos e sociais da região.
Austrália, Mianmar (antiga Birmânia), Brunei, Camboja, China, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Laos, Malásia, Nova Zelândia, Cingapura, Tailândia e Vietnã fazem parte deste fórum.
O primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, disse no sábado que os Estados Unidos deveriam desempenhar um papel destacado no futuro bloco da Ásia Oriental, embora não tenha especificado em que sentido.
"É prematuro demais discutir que países serão membro desta comunidade que acabou de se formar", afirmou o porta-voz do Governo japonês, Kazuo Kodama, em Hua Hin.
O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, propôs outro tipo de fórum na Ásia-Pacífico que inclua os Estados Unidos, para responder com maior eficiência perante uma eventual crise.
Os líderes também discutirão um futuro tratado de livre-comércio de alcance regional, assim como a coordenação dos esforços de resposta a desastres naturais, como os tufões, terremotos ou tsunamis que castigam periodicamente a região.
A violação dos direitos humanos em Mianmar (antiga Birmânia) perdeu protagonismo nesta cúpula, onde a crise econômica e a mudança climática ganharam relevância.
Em comunicado conjunto, os dez países-membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), China, Coreia do Sul e Japão pediram para a Junta Militar birmanesa para acelerar as reformas democráticas e comemoraram o compromisso dos generais de realizar em 2010 eleições "livres, justas e plurais".
A Asean é integrada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, uma comunidade de 580 milhões de habitantes e Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$ 1,5 trilhão.
Fonte: g1.com.br
Postado por: Camilla Gonçalves e Fernanda Maria

Iraque registra o pior atentado terrorista em dois meses

Dois carros-bomba explodiram quase ao mesmo tempo em Bagdá.Relatos iniciais indicam que ataques deixaram entre 65 e 90 mortos
Dois ataques terroristas coordenados no centro de Bagdá, no Iraque, deixaram dezenas de mortos e mais de cem feridos na manhã deste domingo. Segundo os relatos iniciais, trata-se do atentado mais violento no país desde agosto.
Os números de vítimas variam de acordo com a fonte. Segundo a agência Associated Press, que cita autoridades iraquianas, há 65 mortos e 180 feridos. A agência France Presse, por outro lado, diz que um balanço dos hospitais locais já confirmam 90 mortos e 600 feridos. Dois carros-bomba explodiram no centro da capital iraquiana, de acordo com informações da polícia. Os ataques foram quase simultâneos, tiveram menos de um minuto de intervalo, e atingiram o Ministério da Justiça e outro prédio do governo perto da zona verde, a região fortemente protegida no centro da cidade.
"Não sei como estou vivo. A explosão destruiu tudo... Parecia um terremoto. Nada ficou no lugar", disse um comerciante local à agência de notícias Reuters. Segundo informações da rede britânica BBC, policiais dizem que o número de vítimas deve aumentar, já que equipes de resgate ainda estão procurando sobreviventes e corpos nos escombros.
Os ataques são os maiores desde os atentados que mataram uma centena de pessoas em 19 de agosto, quando caminhões-bomba atingiram prédios do governo. Na época, o governo iraquiano culpou militantes estrangeiros e acusou a Síria de envolvimento, além de exigir uma investigação das Nações Unidas. Desta vez, diz a BBC, analistas dizem que a insurgentes estrangeiros devem voltar a ser responsabilizados pelos ataques, vistos como uma suposta tentativa de desestabilizar a situação no Iraque antes das eleições marcadas para meados de janeiro do ano que vem.
Por: Carola Andrade Queiroz e Juliana Souza do Amaral

Política de Israel leva jovens a fugir do serviço militar obrigatório

Grupo conhecido como "shministim" critica opressão contra os palestinos, sofre ameaças de prisão e tem problemas até para tirar carteira de motorista

A cada ano, um pequeno grupo de jovens rejeita a convocação para o serviço militar obrigatório em Israel e se rebela contra a "política de opressão e ocupação" de seu país. Eles são os "shministim", estudantes israelenses que estão no final do Ensino Médio e recusam o alistamento militar.

Dois deles seriam presos nesta quinta-feira (22). Efi Brenner, de 18 anos, se mostrava tranquilo antes de seguir para a base militar onde será condenado à prisão. Ele afirmou à Efe que vai expor às autoridades militares que não quer "participar de um Exército que ocupa os territórios palestinos e que controla quase que cada aspecto da vida da nação palestina".

São poucos os que, como ele, além de se oporem à força da Defesa israelense, se atrevem a reconhecer tal postura publicamente e a argumentar motivos políticos, atitude que tem um alto custo pessoal e social. Os pais de Brenner o expulsaram de casa na sexta-feira da semana passada depois que seu caso foi publicado em um jornal. Ele foi para a casa de um amigo e não espera visitas de sua família na prisão militar para a qual será enviado.

Neste ano, quase 100 jovens assinaram a "carta dos shministim", segundo a qual "a ocupação cria uma realidade insuportável para os palestinos" concretizada nos "postos de controle, na anexação de terras, na construção do muro do apartheid e de estradas só para israelenses, em assassinatos e projetos de novas colônias".

Or Ben David, de 19 anos e signatário do documento, também será presa hoje, mas ela chegará à base militar onde ficará detida acompanhada de seu pai, que não compartilha de sua opinião, mas a respeita. Ela disse:

- O Exército ligou para a minha família continuamente ameaçando me prender.

E contou que, de seus dois irmãos gêmeos, um fará o serviço militar em breve e outro escapou da obrigação ao alegar motivos de saúde.

Cada vez são mais os que não querem ir para o Exército e evitam fazê-lo de um jeito ou de outro. Eu decidi tornar isso público e argumentar motivos políticos, mas isso tem consequências: as pessoas te insultam e te chamam de traidora ou parasita.

"Não interessa para eles nos manter na prisão"

Para esses dois jovens, começou nesta quinta-feira um processo de meses nos quais entrarão e sairão da prisão até que um tribunal os libere da obrigação de servir, normalmente por "problemas de saúde mental".

Efe Sahar Vardi, uma estudante de História que se negou a prestar o serviço militar no ano passado e integrante da organização "New Profile" ("Novo Perfil", em tradução livre), que apoia os dissidentes, explicou:

- Não lhes interessa [às autoridades] nos manter na prisão. Portanto, quando se derem conta de que não podem nos convencer, nos deixarão ir.

Vardi destaca que ninguém sabe quantos são os opositores ao serviço militar. Segundo ela, "há muitos que se livram de forma legal e há uns 200 casos ao ano aprovados pelo comitê de objeção de consciência", instância que aceita alguns casos de pacifistas, mas rejeita todos aqueles que argumentam motivos políticos.

Rebeldes têm problemas para tirar carteira de motorista

Depois do período na prisão, os "shministim" costumam ter problemas para tirar carteira de motorista, não podem trabalhar em atividades relacionadas à segurança e nem em escritórios governamentais, mas, principalmente, sofrem com a discriminação social.
Vardi explica:

- No papel, as consequências não são tão ruins, mas o pior é a sociedade, que está absolutamente militarizada. Perguntam pelo serviço militar nas entrevistas de trabalho e todos te julgam se você não o fez.

Dos 250 estudantes que terminaram o Ensino Médio em seu colégio, só dois não foram para o Exército.

Os "shministim" normalmente não têm apoio entre pessoas próximas. Eles acabam se conhecendo e se juntando por meio da internet, assim como por sua participação em foros pacifistas e ONGs. Vardi relata que em Israel "há armas por toda parte, os soldados dão palestras nos colégios e inclusive há um projeto para ter um militar fixo em cada escola". E diz:

- O que fazemos vai contra tudo o que nos ensinaram e tudo o que há ao nosso redor.

Condenado diz que faria tudo de novo

Segundo a jovem, o sistema educacional de Israel "está muito militarizado e um de seus objetivos é gerar o maior número possível de soldados". De acordo com Vardi, recentemente, uma instituição de ensino excluiu os "shministim" da cerimônia de formatura.

Embora os atuais opositores sofram com alguns meses de prisão, eles correm o risco de que se repita o que ocorreu em 2002, quando um grupo de cinco "shministim" foi condenado por um tribunal militar a quase dois anos de prisão.
Um deles, Matam Caminer, afirmou à Efe que faria tudo de novo.

- Não me arrependo do que fiz. Foi a decisão correta. Nosso caso provocou um impacto e um debate sobre a ocupação que ainda continua aberto.

Fonte: Portal R7

Postado por: José Everaldo Neto e Thaís Brandão

Partido Comunista chinês proíbe sexo com prostitutas

Quem for flagrado indo a prostíbulos vai ter dificuldades para ascender no partido

Os dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC) serão objeto de sanções disciplinares caso mantenham relações com prostitutas ou frequentem lugares "vulgares", advertiu um alto funcionário do PCC.

O alerta foi feito em um momento repleto de crimes e acusações de corrupção que envolvem dirigentes do PCC que se relacionam com prostitutas ou que têm amantes, informa o jornal Global Times, vinculado ao Diário do Povo, órgão oficial do partido. Li Yuanchao, membro do partido, fez a declaração:

- Os representantes do partido devem permanecer afastados dos lugares vulgares e não estão autorizados a visitar as "sanpei xiaojie" para se divertir.

"Sanpei xiaojie" é o nome dado a um certo tipo de prostituta.

Yuanchao, diretor do Departamento de Organização do PCC, partido com 76 milhões de membros, explicou que vários dirigentes comprometidos em diversos escândalos se relacionam com garotas de programa.

Ele ameaçou os culpados com sanções disciplinares e o bloqueio das carreiras dos mesmos, mas não revelou mais detalhes.

O Global Times citou em particular o caso de Chen Liangyu, ex-líder do partido em Xangai, atualmente preso, que tinha uma amante.

O Yangzi Evening News revela o caso de Wen Qiang, ex-secretário de Justiça e ex-comandante adjunto da polícia da cidade de Chongqing (sudoeste), que tinha relações com menores de idade e garotas de programa. Ele admitiu ter estuprado algumas mulheres, segundo o jornal.

Fonte: Portal R7

Postado por: José Everaldo Neto e Thais Brandão

Mulheres do Kuwait ganham direito de tirar passaporte sem autorização do marido



A corte afirmou que a exigência da autorização viola as garantias de liberdade e igualdade entre os gêneros, determinadas na Constituição.
A decisão foi tomada na terça-feira, depois que uma mulher apresentou queixa reclamando que seu marido a impediu de deixar o país.
No Kuwait, as mulheres lutam por igualdade de direitos, e as primeiras parlamentares foram eleitas em maio deste ano.
Lei antiga
O artigo abolido pela corte constitucional da lei de passaportes do Kuwait datava de 1962 e exigia que os maridos assinassem o pedido de passaporte das mulheres.
Aseel al-Awadhi, uma das novas parlamentares kuwaitianas, comemorou a decisão como uma “vitória dos princípios constitucionais que pôs fim à esta injustiça contra as mulheres do Kuwait”.
Este foi o avanço mais recente para as mulheres no país, que nos últimos anos vem tomando medidas para promover maior igualdade de direitos entre homens e mulheres.
A eleição de parlamentares do sexo feminino seguiu-se à concessão de igualdade de direitos políticos, aprovada em 2005.
As mulheres votaram pela primeira vez em 2006 – em zonas eleitorais exclusivamente femininas – em uma eleição suplementar em que elas correspondiam a 60% dos eleitores.
Ativistas pelos direitos femininos elogiaram a decisão, mas afirmam que as mulheres ainda precisam de acesso igual a programas de habitação do governo e ao direito de passar sua cidadania para os filhos.As mulheres do Kuwait desfrutam de mais liberdades do que suas vizinhas na Arábia Saudita, onde a segregação entre os sexos é tão intensa que as mulheres são proibidas de dirigir automóveis.
Postado por: Davi Reis e Geovana Bitencourt

Comissão anula votos fraudados e eleições no afeganistao poderá ir para segundo turno

A anulação de parte dos votos da disputa presidencial no Afeganistão deve levar a eleição do presidente Hamid Karzai para o segundo turno, de acordo com projeções da BBC. A Comissão de Queixas Eleitorais do Afeganistão pediu nesta segunda-feira (19) que sejam invalidados os votos de 210 colégios eleitorais do país. A comissão informou que nesses colégios foram encontradas provas "claras e convincentes" de fraude. A anulação desses votos diminui o percentual de votos de Karzai, que, assim, teria menos de 50% dos votos, valor insuficiente para a vitória de Karzai no primeiro turno. Karzai tenta a reeleição. O site do jornal "New York Times" afirma que o presidente afegão alcançou 48% dos votos válidos. Já a votação do rival de Karzai, Abdullah Abdullah, aumentou para quase 32%, em comparação com os 28% dos resultados preliminares oficiais. Se o segundo turno ocorrer, Karzai disputará com o ex-chanceler Abdullah Abdullah. Resultados preliminares divulgados na terça-feira passada haviam dado a Karzai mais de 54% nas eleições de agosto, o que evitaria o segundo turno. A eleição de agosto, com amplas denúncias de fraude, está sendo levada em conta na atual revisão da estratégia norte-americana pelo governo de Barack Obama, que pode determinar o envio de reforços ao país.
postado por: Luanda Mai

PORTA PARA O ORIENTE

O Brasil estreita relações com a Turquia e busca uma nova rota comercial para a Ásia, o Oriente Médio e a Europa Central


Milton Gamez, de Istambul

O ministro das Finanças, Ali Babacan, prevê retomada do crescimento em 2010 e quer atrair investimentos
Nada como um século após o outro. Graças aos turcos, os portugueses descobriram o Brasil. A tomada de Constantinopla (atual Istambul) pelos otomanos, em 1453, fechou a rota marítima dos ibéricos para as Índias e os levou ao oceano Atlântico - o resto da história você já conhece.
Hoje, mais de 500 anos depois, os brasileiros é que fazem o caminho inverso e desembarcam na Turquia para buscar oportunidades de negócio e, assim, aproveitar sua privilegiada localização para abrir um novo caminho para a Ásia, a Europa Central e o Oriente Médio.
Desde maio, quando o presidente Lula visitou o país - foi o primeiro governante brasileiro a fazer isso desde dom Pedro II -, três missões comerciais levaram empresários de vários setores à região. Segundo a DINHEIRO apurou, as caravelas da Odebrecht, da Weg, da Embraer e da Bauducco, entre outras, já rumam para o Oriente.
Desta vez, também há uma certa calmaria. Não nos mares, mas na economia mundial, que parou de crescer em 2008 e só deverá sentir os ventos da retomada a partir de 2010. A Turquia, como o Brasil, sofreu os efeitos da crise global oriunda dos Estados Unidos e da Europa, mas não entrou em colapso financeiro como na crise de 2002 e promete sair na frente da recuperação em curso, graças às reformas econômicas dos últimos anos.
Os turcos tentam há anos entrar na União Europeia e veem no Brasil um parceiro estratégico para ajustar-se aos padrões econômicos necessários. Os dois países são membros do G-20, grupo que reúne os desenvolvidos e os emergentes, e buscam aumentar seu espaço na nova ordem econômica mundial. "Estamos todos no mesmo barco", lembrou o primeiro- ministro, Recep Tayyip Erdogan, aos banqueiros que foram a Istambul no início de outubro para a reunião anual conjunta do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
Em um jantar no elegante palácio Çiragan, construído pelo sultão Abdulaziz às margens do estreito de Bósforo, Erdogan fez questão de lembrar que nenhum banco turco foi socorrido no ano passado. "Nosso sistema bancário está sólido." O impacto da crise, mesmo assim, foi significativo. A Turquia é notória fornecedora de mão de obra mais barata para a Europa e sofreu com a queda das exportações para o Ocidente.
Depois de crescer a um ritmo de 6% ao ano de 2003 a 2008, quando atingiu US$ 742 bilhões, o PIB do país deve encolher 6% em 2009. Para estimular a economia, o governo turco injetou US$ 10 bilhões em projetos de infraestrutura e isenção fiscal para a compra de produtos industrializados, como automóveis (qualquer semelhança com a reação do governo brasileiro não é mera coincidência).
A expectativa do vice-primeiro-ministro, Ali Babacan (pronuncia-se Babadjan), responsável pela pasta das Finanças, é de crescimento no quarto trimestre e nos anos seguintes: 3,5% em 2010, 4% em 2011 e 5% em 2012. "Estamos retirando os incentivos tributários e vamos manter gradualmente a disciplina fiscal. Não faremos isso de maneira muito rápida para não sufocar o crescimento", afirmou Babacan.
Os negócios entre Brasil e Turquia ainda são relativamente tímidos, mas têm crescido de forma vigorosa. Em 2002, a Turquia exportou US$ 49 milhões para o Brasil, cifra que cresceu 550%, para US$ 318 milhões, em 2008 (veja quadro). As exportações do Brasil saíram de US$ 236 milhões para US$ 1,4 bilhão no mesmo período, em alta de 500%.
O saldo comercial de US$ 1,1 bilhão, a favor do Brasil, tende a diminuir se os dois países conseguirem atrair investimentos mútuos. Na globalização do século XXI, os negócios têm de ser vantajosos tanto para os conquistadores quanto para os conquistados.


Fnte: ISTOÉdinheiro, n°628 - 21.10.09

Postado por: WANDERLEY ALEXADRE REBÉS VELOZ

"vaga em Conselho de Segurança da ON U é utopia brasileira"

Sonho distante, Maxwell crê que vaga em Conselho de Segurança da ON U é utopia brasileira
"O Itamaraty é lento demais para agir"

Para o historiador inglês, o Ministério das Relações Exteriores é muito ideológico e extremamente burocrático.
por Claudio Dantas Sequeira


O historiador inglês Kenneth Maxwell ganhou notoriedade no Brasil ao publicar, no final da década de 70, o livro "A Devassa da Devassa", no qual mostrou como a conjuntura externa influenciou a Inconfidência Mineira. De lá para cá, nunca deixou de acompanhar o que acontece no País. Professor do Centro para Estudos Latino-Americanos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Maxwell, em entrevista à ISTOÉ, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva imprimiu uma cara nova para a política externa brasileira, por "saber lidar com os líderes mundiais e ao mesmo tempo falar com o povo". O historiador, no entanto, não poupou críticas ao Itamaraty, que "é lento demais em suas decisões" e "precisa de mais pluralidade e menos carga ideológica". Ele diz que a pretensão do governo Lula por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma utopia: "As grandes potências não têm a menor intenção de permitir isso. É uma forma mesquinha de fazer política internacional, mas é a realidade."

ISTOÉ - O Brasil alcançou projeção inédita no cenário internacional, com participação em vários fóruns de debate. O sr. concorda?

Kenneth Maxwell - Sem dúvida, é um momento importante. Um movimento completamente novo nesse sentido, porque o Brasil não está só atuando com destaque na América Latina e na África, mas em todos os continentes. Tornou-se um verdadeiro ator global. É claro que com a liderança também vêm a responsabilidade e problemas muitas vezes inesperados, como é o caso de Honduras. Mas, no geral, a imagem do Brasil é muito boa. Lula tem uma popularidade enorme, em comparação com outros dirigentes mundiais.
ISTOÉ - O que explica a projeção do presidente Lula no Exterior?
Maxwell - É um pouco inesperada. Lembro que tive um encontro com Lula no início do primeiro mandato e ele me disse que não se preocuparia muito com o Exterior, que precisava viajar pelo País e não para fora. Só que depois acabou abraçando a política externa. Creio que a virada se deu após o encontro com o presidente americano George W. Bush. Lula estava muito nervoso antes dessa viagem, mas depois acho que seu deu conta de que, se havia chegado ao Bush, poderia ir a qualquer lugar no mundo. Foi um bom encontro, que lhe deu confiança.

ISTOÉ - A conquista da sede para os Jogos de 2016 é resultado exclusivamente dessa popularidade internacional do presidente Lula?

Maxwell - Não. A popularidade internacional do presidente Lula ajuda. Mas o Brasil fez uma preparação excelente. Além disso, Rio é Rio. Isso também ajuda. Apesar de tudo, essa é a hora do Brasil. Nunca um país da América do Sul conseguiu sediar os Jogos. Já era tempo. Vai ser um desafio, mas um desafio merecido.
"Lula tem autonomia na comunidade internacional, enquanto o Itamaraty virou uma burocracia pesada"
ISTOÉ - Mas por que Lula chama tanto a atenção?

Maxwell - Ele imprimiu uma cara nova para a política externa brasileira. Sabe lidar com os líderes mundiais e ao mesmo tempo falar com o povo. Seu papel como interlocutor é levado a sério por todos, nos programas de televisão, blogs, todo mundo está falando um pouco sobre Lula. É uma situação nova para um presidente do Brasil. O mais impressionante é que ele só fala português, além, obviamente, de sua origem humilde. Não é comum um operário pobre virar presidente. No Partido Trabalhista inglês deve haver uns três ou quatro membros com origem humilde. Na Rússia, são todos intelectuais.
ISTOÉ - A ênfase na diplomacia presidencial faz sombra ao Itamaraty?

Maxwell - Trata-se de um ponto interessante. Creio que a presença de muitas pessoas fazendo política externa ao mesmo tempo pode levar a certas confusões. O fato é que Lula tem autonomia e atua livremente, enquanto o Itamaraty transformou-se numa burocracia pesada. E isso não é bom. Está claro que a diplomacia tradicional deve ser repensada. É preciso mais inteligência, pluralidade, menos carga ideológica e mais agilidade para lidar com vários temas ao mesmo tempo.
ISTOÉ - A crise em Honduras põe em risco o capital diplomático acumulado pelo governo Lula nos últimos anos?

Maxwell - É uma situação inesperada. O problema é que o Brasil está com várias aspirações de protagonismo internacional, mas às vezes faltam os meios para atingi-las de forma positiva. Ao que parece, o governo Lula não sabia que Zelaya retornaria ao país. Foi surpreendido. Mas o fato é que o Brasil foi arrastado para o centro da crise, com Zelaya abrigado na embaixada brasileira. É uma situação séria, pois o governo Lula tem dito a Zelaya para não se manifestar politicamente, só que ele faz isso o tempo todo.
ISTOÉ - O governo Lula disse que não negocia com golpistas...

Maxwell - É um erro, pois os golpistas são parte do problema e sem dialogar com eles será impossível resolver o impasse. Faltam lideranças em Honduras que possam efetivamente ajudar na busca de uma solução pacífica. E fora de Honduras a situação não é melhor. Os Estados Unidos têm interesses lá, mas a política para a América Latina ainda é pouco inteligente.
ISTOÉ - Em sua opinião, houve ingerência do Brasil em Honduras?
Maxwell - Sim e não. Claro que é ingerência, pois a situação foi criada pelos hondurenhos entre eles mesmos. Mas não é mais ingerência que do resto da América Latina, que declarou ter havido golpe e determinou a reinstalação de Manuel Zelaya no poder.

ISTOÉ - Na recente reunião do G-20, o presidente Lula comemorou a ampliação da cota do Brasil no FMI e também no Banco Mundial, e o enfraquecimento do G-8. São conquistas palpáveis?

Maxwell - Há poucos resultados imediatos. A possibilidade de ampliar o G-8 para um G-20 é possível, embora pouco provável, por enquanto. Mas o simples fato de o G-20 existir como fórum de debate é importante, pois significa a possibilidade de estreitar os laços em reuniões que ocorrem quatro vezes por ano. Além disso, o Brasil se pôs como um dos principais interlocutores entre o mundo em desenvolvimento e o mundo desenvolvido. O mais importante, no momento, não é promover as mudanças, mas abrir um canal de negociação e ser ouvido.

ISTOÉ - É possível que o Brasil tenha influência de fato no rearranjo do sistema financeiro mundial?

Maxwell - Temos que olhar esse cenário em perspectiva. O Brasil hoje tem uma economia muito mais diversificada que no passado e isso permitiu ao País reagir muito bem à crise financeira internacional. Isso mostra que o governo Lula fez o trabalho de casa, isso dá mais poder de influência. Sem dúvida, o Brasil virou exemplo. Só que a situação não é tão simples. Lá fora, Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo, ainda lutam para sair da crise. A economia americana começa a dar sinais de recuperação, mas ainda sofre com uma taxa de desemprego de 15% e queda nos índices de produção. Não há indicação de que isso vai mudar nos próximos meses. Quero dizer que o presidente Obama tem muita coisa para resolver primeiro em casa, como a reforma da saúde.

ISTOÉ - Se é remota a perspectiva de mudança do sistema financeiro a curto prazo, qual a chance real da ampliação do Conselho de Segurança, tão almejada pelo Brasil?

Maxwell - Infelizmente, trata-se de uma utopia. Acho muito difícil qualquer mudança no Conselho de Segurança neste momento. Nem sequer a América Latina está unida em torno do Brasil. Logicamente que uma profunda reforma da ONU é desejável. As grandes potências não têm a menor intenção de permitir isso. É uma forma mesquinha de fazer política internacional, mas é a realidade.

ISTOÉ - O apoio explícito do presidente da França, Nicolas Sarkozy, em relação a uma vaga permanente para o Brasil é um ponto a favor?

Maxwell - Não significa muito, uma vez que nem a França sabe se continuaria num Conselho de Segurança reformado, por ampliação ou por substituição de seus membros. A França e a Inglaterra são muito resistentes e não querem deixar suas posições. Cada país candidato também tem o seu problema. A Índia enfrenta a resistência da China, que é um dos cinco membros do Conselho.
"O governo atual é uma continuidade de Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco. Quando se olha de fora, são quatro mandatos e meio

ISTOÉ - Como o sr. avalia a parceria estratégica entre Brasil e França na área de defesa?

Maxwell - Nesse caso, vejo um fenômeno negativo que indica uma nova corrida armamentista na América Latina. Além disso, os milhões que serão gastos em armas poderiam ser usados em outras coisas, como saúde e educação. Eu leio na imprensa essa coisa de "parceria estratégica", mas não sei o que há de estratégico num negócio desses. Acho que a França só quer vender armas para um grande país da América Latina. No caso do submarino nuclear, faz algum sentido por causa do pré-sal.

ISTOÉ - O que achou da entrega do Nobel da Paz para Obama?
Maxwell - Foi prematuro, para dizer o mínimo. Quase todo mundo também achou. A indicação dos nomes para o Nobel foi feita antes de 1º de fevereiro, menos de um mês depois de Obama ter tomado posse. Ele está na Presidência há menos de dez meses. Em Oslo, a plateia ficou espantada com a escolha de Obama. Seria muito melhor se ele tivesse recusado o prêmio.

ISTOÉ - Qual é o balanço que o sr. faz da era Lula?

Maxwell - Há muitos aspectos a considerar, mas acho que o principal está no continuísmo que Lula deu a uma política desenvolvida no governo Fernando Henrique, e até no de Itamar Franco. Quando olhamos para o Brasil de fora, não vemos dois mandatos de Lula, mas quatro mandatos e meio. Isso é importante para explicar por que Lula conseguiu muitas coisas boas. Ele é pragmático. Embora seja comparado a Getúlio Vargas, acho que o nacionalismo de Lula é mais suave. De balanço, temos a melhoria considerável de vários índices sociais, menos pobreza, mais pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família. A situação econômica e social é melhor que a situação política, já que no Congresso a coisa está bem ruim.
ISTOÉ - O cenário da sucessão de Lula ainda não está definido, mas o sr. arrisca um prognóstico?

Maxwell - É muito cedo para dizer, pois José Serra e Aécio Neves ainda não declararam candidatura. O Ciro Gomes ainda não foi confirmado e a Marina Silva ainda precisa divulgar mais seu nome. Não devemos subestimar a influência de Lula, pois ele tem grande popularidade. Pode não conseguir transferir votos para Dilma Rousseff, mas será um ator principal na campanha e influenciará a sucessão. Tudo vai depender também da situação econômica. Se estiver boa, o eleitor tenderá a ser conservador e votar no candidato governista.
Fonte: ISTOÉ, Nº2084 - 21.10.2009
Postado por: WANDERLEY ALEXANDRE REBÉS VELOZ


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