O presidente da França, Nicolas Sarkozy, criticou nesta quarta-feira os líderes iranianos pela forma como lidaram com os protestos e distúrbios que seguiram a eleição presidencial de 12 de junho no país e ameaçou ampliar as sanções caso Teerã não desista de seu programa nuclear.
"Estes são os mesmos líderes, no Irã, que nos dizem que o programa nuclear é pacífico e que as eleições foram honestas. Francamente, quem acredita neles?", questionou, em um discurso diplomático estratégico.
O ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito em pleito do dia 12 de junho passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi. A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e centenas de presos.
O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.
Sarkozy manteve dura crítica ao Irã e não trouxe grandes mudanças nas políticas internacionais francesas -apenas apontou um desejo de que a França aumente seu papel nas negociações no Oriente Médio e na tomada de decisões da comunidade internacional.
O presidente disse que a França apoiará novas sanções e inspeções mais rígidas nas plantas nucleares da Agência Atômica Energética Internacional caso o Irã não suspenda suas atividades nucleares -que as potências ocidentais suspeitam ser um disfarce para desenvolver armas nucleares.
"Há mais e mais testes, nunca houve tão pouca negociação", afirmou.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u615206.shtml
Postado por: Fernanda Maria
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