Uma das civilizações mais antigas do nosso planeta, a Índia é um país de contrastes. A diversidade de línguas, hábitos e modo de vida não impedem que haja uma grande unidade na cultura do país, desempenhando um importante papel na organização social e política indiana.
Muita coisa causa estranheza no ocidente, pois são muitos os símbolos, as deidades e os rituais. A maioria é relativo ao Hinduísmo, que ainda é a religião com mais seguidores na Índia, seguido pelo Islamismo, o Budismo, o Cristianismo, entre outras com menos contingente.
O Hinduísmo é tão antigo quanto a civilização da Índia e toda a sua simbologia é vista pelos outros países como se representasse a própria Índia. Bem verdade que não podemos entender tal nação sem entender o significado de alguns de seus símbolos, que revelam fatos sobre a sua cultura, desenvolvidos por centenas de milhares de anos.
A principal mensagem dessa cultura é a aquisição de conhecimento e a remoção da ignorância. Enquanto a ignorância é como a escuridão, o conhecimento é como a luz. A lamparina, chamada de deepak tem muita importância como símbolo pois, tradicionalmente feita de cerâmica, representa o corpo humano porque assim como o barro, também viemos da terra. O óleo é queimado nela como um símbolo do poder da vida. Outro símbolo que causa curiosidade para os ocidentais é o Om, que representa o poder de Deus, pois é o som da criação, o princípio universal, entoado começando todos os mantras. Diz-se que os primeiros yoguis o ouviram
O que também desperta a curiosidade ocidental é que as divindades, com seus muitos braços, cada um deles carregando objetos ou armas, símbolos em si, como o lótus, livro, indicam as direções, a maioria representa os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Qualquer poder do espírito supremo é chamado deus ou deusa, e, apesar de Deus ser Uno e Absoluto, suas manifestações são diversas.
De outro modo, para que se entenda a cultura indiana cabe abordar a crença na reencarnação, que para os hinduístas, assim como para muitas outras religiões, é um preceito básico e incontestável. Somente considerando isso é que um ocidental pode entender o sistema de castas.
Na filosofia indiana a vida é um eterno retorno , que gravita em ciclos concêntricos terminando no seu centro, coisa que os iluminados atingem. Os percalços do caminho não são motivo de raiva, assim como os erros não são uma questão de pecado, mas sim uma questão de imaturidade da alma.. O ciclo completo da vida deve ser percorrido e a posição da pessoa em cada vida é transitória. Essa hierarquia implica em que quanto mais alto se chega à escala das castas maiores são as obrigações.
A roda da vida cobra mais de quem é mais capaz. Um Brâmane, por exemplo, que é da casta superior, dos filósofos e educadores, tem uma vida dedicada aos estudos e tem obrigações com a sociedade. As outras castas são: Kshatriya, administradores e soldados, Vaishya , comerciantes e pastores e Sudras , artesãos e trabalhadores braçais. Os “sem-casta”, os dalits, ou intocáveis, são párias: aqueles que não têm casta, a poeira sob os pés de Brahma. Eles realizam os trabalhos considerados impuros para as outras castas, como a limpeza de excrementos, a lida com os cadáveres.
Postado por: Carola Queiróz
1 comentários:
Insta salientar que,o traço da cultura indiana "unidade na diversidade" também pode facilmente se tornar uma alusão ao Direito que tem o poder de agrupar pessoas diversas e de crenças variadas a um mesmo ordenamento.
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