CAZAQUISTÃO


Ex-república soviética da Ásia Central, formada por regiões de estepes, desertos e montanhas, o Cazaquistão está entre os dez maiores países em extensão territorial. No entanto, apresenta uma das menores densidades demográficas do mundo. A população concentra-se no norte e no sul, onde ficam as terras mais férteis e as cidades industrializadas. Após a desintegração da União Soviética (URSS), grande número de russos e outros eslavos abandonam o Cazaquistão, que recebe cerca de 100 mil cazaques residentes em outras ex-repúblicas. Em troca de ajuda financeira norte-americana, o governo desmonta seu enorme arsenal nuclear, herdado da ex-URSS, o quarto do mundo. Os foguetes do programa espacial russo, entretanto, continuam sendo lançados da base de Baikonur. A economia entra em crise nos anos 90, com o PIB caindo, em média, 10% entre 1990 e 1995, mas nos últimos anos recupera-se graças aos investimentos externos na exploração de petróleo no mar Cáspio.
HISTÓRIA - Os cazaques, ou cavaleiros das estepes, descendem de tribos nômades de origem turca e religião islâmica que, no século XVII, pedem proteção ao czar russo diante da ameaça de invasão mongol. O Império Russo retira o poder dos chefes tribais e domina gradualmente o Cazaquistão.
Com a abolição da servidão pelo império, em 1861, milhões de camponeses russos e ucranianos se instalam em terras cazaques doadas pelo governo central, provocando ressentimento entre os nativos. O exército czarista reprime uma rebelião contra o poder russo em 1916, matando 150 mil pessoas.

República soviética - Após a tomada do poder pelos comunistas na Rússia, em 1917, nacionalistas cazaques participam de uma coligação contra-revolucionária, ao lado de czaristas e de tropas estrangeiras. A aliança é derrotada e o Cazaquistão torna-se, em 1920, uma república soviética chamada Turquestão. Em 1936 se transforma em república autônoma dentro da URSS. A imigração russa volta a ser encorajada pelo ditador soviético Josef Stálin. No fim dos anos 30, os russos tornam-se maioria no Cazaquistão. A etnia cazaque só volta a ultrapassar numericamente a população de origem russa em 1989. Nessa época, mais de 1 milhão de cazaques (um terço da população) morrem de fome em conseqüência da coletivização forçada da terra e do assentamento compulsório dos povos nômades.

Nacionalismo - Com a abertura política soviética, a partir de 1985, acontece no Cazaquistão a primeira manifestação de nacionalismo contra o poder central da URSS. Em 1986, o chefe comunista local, o cazaque Dinmukhamed Kunáev, é substituído por um burocrata russo, Guenadi Kolbin, fato que desencadeia uma onda de protestos, violentamente reprimidos. A tensão é agravada por uma crescente crise econômica, até que, em 1989, Kolbin é substituído pelo primeiro-ministro Nursultán Nazarbáev, defensor das reformas.
Nas primeiras eleições multipartidárias, em 1990, Nazarbáev é confirmado presidente do Cazaquistão. O Partido Comunista cazaque rompe com o Partido Comunista (PC) soviético em 1991 e muda seu nome para Partido Socialista do Cazaquistão (SPK). O país é a última das ex-repúblicas soviéticas a proclamar a independência, em dezembro de 1991. No mesmo mês, Nazarbáev é reeleito e adota a abertura ao capital estrangeiro para dinamizar a economia.
Em abril de 1995, após dissolver o Parlamento, Narzabáev vence referendo que estende seu mandato até 1999, quando é reeleito com 81,7% dos votos. Um novo Parlamento é empossado em janeiro de 1996. A capital do país é mudada no final de 1997 para Aqmola (atual Astana), na estepe árida do norte do país.
FATOS RECENTES - Em 2000, Narzabáev intensifica a presença militar no sul do país, por temer a infiltração de militantes islâmicos apoiados pelo Afeganistão e partidários da criação de Estados islâmicos na Ásia Central. Em setembro de 2001, Narzabáev manifesta apoio à coalizão antiterrorismo - formada após os atentados suicidas nos Estados Unidos (EUA) - mas não cede as bases cazaques para ataques contra o Afeganistão, cujo governo acolhe Osama bin Laden, o principal suspeito de planejar o ataque.
País tem as maiores jazidas de petróleo no mar Cáspio - O Cazaquistão comemora a descoberta em julho de 2000 da jazida gigante de Kashagan, no mar Cáspio. Com potencial estimado em mais de 10 bilhões de barris de petróleo (podendo chegar a 40 bilhões, segundo avaliações otimistas), Kashagan é considerado um dos maiores poços do mundo. A notícia traz euforia ao país, já empenhado nos trabalhos de prospecção das jazidas de Tengiz, até então o principal campo petrolífero, cujas reservas oscilam de 6 a 9 bilhões de barris. A extração, entregue à multinacional Chevron, ganha impulso com a inauguração, em março de 2001, do oleoduto de 1.580 quilômetros ligando Tengiz ao porto russo de Novorossiisk, no mar Negro. Ao mesmo tempo, planos de abertura de novas jazidas estão em curso e o governo espera triplicar a produção na próxima década.
O plena exploração dos recursos do Cáspio, no entanto, esbarra em obstáculos. O primeiro deles é a definição dos direitos sobre as reservas da região. O Cazaquistão assina acordos com a Federação Russa em 1998, e os cinco países da bacia do Cáspio comprometem-se a buscar um entendimento, mas em 2001 as reuniões não avançam. O escoamento do produto é outro entrave. A aliada Turquia, que conta com apoio norte-americano, disputa a influência regional com a Federação Russa e o Irã. Cada parte propõe diferentes traçados de oleodutos, procurando também colher dividendos com a passagem do ouro negro por seus territórios. Além disso, conflitos separatistas nos países da região prejudicam os projetos de construção dos oleodutos.

Fonte: Almanaque Abril

Postado por: Luanda Mai

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