Ano 5.769 do calendário judaico começa nesta segunda-feira. Para os judeus, é a época de 'acertar as contas' com o próximo.
É dia de dizer Shana Tová, ou “bom ano”. Segundo o calendário judaico, entramos nesta segunda-feira (29) no ano 5.769. Para os judeus, é tempo de refletir e se arrepender dos pecados.
“Na festa de Réveillon, geralmente se entra no ano novo com os pés, dançando e comemorando. No Rosh Hashaná (Ano Novo judaico, que comemora o dia em que Deus criou o mundo), entramos com a cabeça, ou seja, pensando”, compara Sergio Feldman, professor de História Antiga e Medieval da Universidade Federal do Espírito Santo, em entrevista ao G1.
Portanto, em vez de pular sete ondinhas e brindar com champanhe, a comemoração do Rosh Hashaná é mais focada na introspecção e na reflexão. E cai na entrada do outono (no hemisfério norte) porque, segundo Feldman, “é o momento de encerrar as colheitas e prestar contas”. Os dez dias entre o Ano Novo e o Yom Kipur (Dia do Perdão) servem justamente para que cada um pondere suas ações. E o jejum, praticado neste dia, ajuda a elevar o espírito.
No Rosh Hashaná, é preciso ter em vista três princípios: Tefilá (oração), Tsedaká (justiça e ajuste com o próximo) e Teshuvá (arrependimento sincero).
“É uma nova oportunidade para viver de acordo com a ética judaica e para o arrependimento sincero dos pecados”, diz ao G1 Paulo Geiger, consultor do Centro de História e Cultura Judaica, destacando um detalhe importante: “a declaração de arrependimento deve ser feita ao próximo, e não a Deus. Porque Deus é magnânimo. A época é de ajuste do comportamento com os demais”.
Lunar
A contagem dos anos no judaísmo é feita pelo calendário lunar, daí a discrepância com o calendário gregoriano. O ano lunar tem 354 dias, portanto faltam 11 para os 365 contados normalmente. Para ajustar, se convencionou que alguns anos têm um mês a mais no calendário judaico.
“É uma questão de convenção”, explica Geiger. “Houve muitos calendários, e o dos judeus é anterior ao utilizado hoje. E o último algarismo do ano (no caso, 9) é sempre igual ao último algarismo do ano em que vamos entrar (2009)”.
O primeiro mês do ano é chamado de Tishrei, palavra que remonta ao período de 586 a.C. a 536 a.C., quando Jerusalém foi destruída pelos babilônios e os judeus foram forçadamente exilados para a região mesopotâmia. Ali eles desenvolveram o calendário de 12 meses – que às vezes ganha um mês extra para o ajuste com o calendário tradicional.
Abrir os céus
Um dos símbolos mais importantes do Rosh Hashaná é o shofar, instrumento feito de chifre de carneiro que é tocado na data e remonta à época em que os judeus eram nômades. Segundo Geiger, o som do shofar “carrega boas intenções e abre os céus para que as preces entrem.”
Um conto judaico diz que, certa vez, havia um menino muito pobre que, tentando imitar o som do shofar, assobiou para Deus. “No conto, o céu se abriu ao assobio do menino. Porque era um pedido sincero, que comoveu Deus”, explica o especialista.
Fonte: g1.globo.com
Texto de Paula Adamo
Postado por: Thais Brandão e José Everaldo Neto
1 comentários:
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